PRÓTESE MUTANTE

29-07-2010 20:38

Prótese mutante
 



Peça artificial que substitui ossos e pode "crescer" no corpo sem necessidade de novas cirurgias já é usada na Europa e nos Estados Unidos

Morgan de LaRue, uma menina norte-americana de 9 anos foi a primeira paciente com câncer dos Estados Unidos a se beneficiar de um procedimento médico que permite que a prótese de um osso “cresça”, ou seja, acompanhe o crescimento da estrutura óssea do corpo sem novas cirurgias.

A menina foi diagnosticada com osteossarcoma (tipo de tumor maligno nos ossos mais comum na infância) em dezembro do ano passado e desde então já passou por quimioterapia e operações para a retirada do tumor no Texas Children’s Cancer Center, na cidade de Houston, nos Estados Unidos.

Agora, no lugar do osso, os médicos colocaram uma prótese de metal que pode ser estendida magneticamente, o que vai evitar que Morgan passe pelas dez novas cirurgias, que estavam previstas antes da novidade, para manter as duas pernas do mesmo tamanho.

Apesar de a técnica, descoberta por médicos britânicos, já estar sendo utilizada na Europa, ela ainda não foi aprovada nos Estados Unidos e a família da menina teve de pedir uma autorização especial para realizar o procedimento.

No mês passado, Morgan foi ao hospital pela primeira vez para estender a prótese magneticamente através de um cilindro colocado em volta da perna. O procedimento foi um sucesso.

Segundo Roberto Vasconcelos, médico da Seção de Tecido Ósseo e Conectivo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) o procedimento é polêmico e ainda não utilizado no Brasil: “Essa prótese só beneficia o osso que sofreu a cirurgia, mas força as partes moles do corpo, como tecidos e músculos.

Além de ser nova e muito cara – custa cerca de US$ 30 mil (R$ 55 mil) – ainda não se mostrou muito eficiente.”

Vasconcelos afirma que os especialistas brasileiros ainda preferem reconstruir ossos amputados de outras formas, como transplantes microcirúrgicos, mesmo que precisem submeter o paciente a novas cirurgias a cada 6 meses.

“É um procedimento que pode ser usado em crianças de cerca de 10 anos de idade, mas ainda não há experiências tão bem sucedidas que justifiquem a compra da tecnologia por aqui”, diz. (A.D.)
 

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